Nem Mesmo a Morte Pode Pará-los

Nem Mesmo a Morte Pode Pará-los

Geralmente pensamos que a morte é o fim de tudo, não é? Bom, eu poderia ficar horas e horas dizendo aqui que as pessoas queridas viverão para sempre nas memórias que construímos com elas, mas essa matéria não é sobre isso, e sim sobre algo muito mais sobrenatural.

Isso já era de se imaginar visto o perigo onde nossos aventureiros (Atrix, Mi, Ekron Oinkie e Maria Highwind) estavam se metendo. Mas como qualquer outra missão ela deveria ser concluída, fazendo mais um contratante feliz. Neste caso, o contratante da vez solicitou que bravos e corajosos aventureiros resgatassem a relíquia de seus ancestrais, já que recentemente alguns sinais espirituais surgiram indicando algum tipo de perigo iminente. Tal relíquia parecia estar em um cofre da família, dentro de uma masmorra em Ionia, a qual com certeza estava repleta de armadilhas, das quais o contratante não tinha conhecimento nenhum de quais eram especificamente. Então só havia uma forma de descobrir…

E lá se foram nossos heróis. Já na entrada da masmorra dava para ver que o lugar era meio esquisito. Ele emanava uma aura sombria e causava alucinações àqueles que se aproximavam dali. Mas isso era apenas o começo, pois o verdadeiro perigo se escondia lá dentro.

Ao adentrar naquele lugar escuro, o grupo se deparou com diversos cristais encantadores. Com medo de que eles já fossem um dos primeiros perigos, decidiram ignorá-los, seguindo em frente até encontrarem uma sala com uma porta incomum trancada. Eu digo incomum pois a fechadura desta não era acessível com uma chave, mas sim facas, três para ser mais exato. Uma já estava encaixada em uma das fissuras, então Atrix utilizou suas armas para tentar dar um jeito de abrir aquela porta, a qual abriu sem quaisquer problemas, revelando uma grande câmara aquática.

Ninguém sabia se aquelas águas eram habitadas, mas os aventureiros não tinham outra escolha. Não demorou muito para eles descobrirem a resposta, pois não muito tempo após adentrarem na água, Mi percebeu algo se movendo nela, mas infelizmente foi tarde demais. Um bando de jacarés surgiu das profundezas daquela água escura e emboscou o grupo, sentindo-se ameaçados por terem seu território invadido.

Pelo que nossa equipe conseguiu reunir, as criaturas não eram tão difíceis assim de se derrotar, mas teve uma coisinha que dificultou um pouquinho o combate… “Aquela mulher desgraçada!” exclamou Ekron, se referindo a Atrix. “Do nada dois dos nossos caíram assim que aqueles lagartos aparecerem. Eu pensei que era algum tipo de habilidade deles, mas não! Aquela mulher simplesmente não sabia lidar com os próprios poderes e isso quase custou a batalha. E agora? Cadê aquele lanche que você me prometeu?”

Pelo visto a revolta de Ekron com Atrix foi tanta, que ele abandonou o grupo após o combate, voltando todos os seus esforços para quebrar uma das paredes da câmara com uma picareta que ele tinha achado no chão, já que a única saída do grupo, a porta pelo qual eles passaram, se fechou misteriosamente e não era possível abrí-la pelo lado de dentro.

Continuando a explorar o restante da masmorra com um componente a menos, o restante dos aventureiros não se deu por vencido, descobrindo uma nova câmara onde deviam resolver alguns enigmas para seguir adiante. Tais enigmas indicavam que o grupo precisava de duas chaves, uma prateada, que o grupo conseguiu investigando alguns corpos que jaziam por toda a masmorra, e uma dourada, da qual não faziam ideia de onde poderia estar.

Após tanto quebrarem a cabeça para tentar prosseguir sem a chave, o grupo resolveu observar o incessante trabalho de Ekron com sua parede, até que por fim, ela finalmente veio a ruir, revelando mais uma câmara com mais um quebra-cabeça, inclusive com a tal chave dourada que eles tanto estavam procurando. Dessa vez, várias gárgulas de pedra enfeitavam toda a sala, mas ao terem seus braços movidos em uma certa combinação, era possível abrir uma das três portas que estavam diante deles. Mas nesse caso… Infelizmente o grupo abriu aquela que realmente nunca deveria ter sido aberta…

Quando Mi mexeu uma última vez em uma das gárgulas, uma das portas se abriu, revelando uma espécie de sarcófago de pedra com correntes ao seu redor, que tentavam aprisionar o mal que se encontrava ali dentro. Mas parece que com a abertura da porta, o selo mágico que mantinha aquele mal contido ali se rompeu, permitindo que a assombrosa criatura, uma bola de carne flutuante com dez tentáculos e um único olho vermelho, se libertasse.

Ao perceber o erro que tinha cometido, Mi tentou mexer na gárgula mais uma vez, para tentar fechar a porta, mas os braços da gárgula não queriam se mover mais. Com o grupo estando cara a cara com a morte, fizeram o melhor que podiam no momento: fugiram. Talvez aquela tal chave dourada que conseguiram os levasse para algum lugar seguro, longe daquela abominação.

A criatura, ensandecida por comida, começou a perseguir um por um para poder se alimentar. Apesar da fome, ela parecia brincar com os aventureiros, como uma criança brincando com a sua comida. Essa brincadeira deu brecha para que os aventureiros seguissem adiante, a não ser por Ekron, que foi a primeira vítima. Não demorou muito para que a criatura alcançasse o restante do grupo, que infelizmente topou com mais uma câmara enigmática. A situação era completamente desesperadora, e a criatura foi aniquilando um por um até que só sobrasse Maria, que por sorte, ou talvez devido a sua grande sabedoria, conseguiu resolver o último quebra-cabeça a tempo, ativando uma espécie de teleporte mágico que a tirou imediatamente daquela sala de tortura.

Quando percebeu, Maria se encontrava na floresta nos arredores da masmorra, muito ferida, porém… com a relíquia da família do contratante em mãos! Sem pensar duas vezes, Maria correu até o Nexus de Ionia para relatar o ocorrido e concluir a missão.

Infelizmente, assim como em Combustão Espontânea Deixa Apenas Um Sobrevivente, foi mais uma missão desastrosa onde apenas uma única pobre criatura pôde ver o nascer de um novo dia mais uma vez. Mas… vocês devem estar se perguntando agora: Lana, se só Maria voltou com vida dessa missão, como você conseguiu entrevistar Ekron? E eu digo a vocês, meus queridos aventureiros!

Apesar do massacre que aconteceu naquela masmorra, o espírito de Ekron pareceu ter recusado a própria morte e ter se agarrado com as suas forças à vida. E não só Ekron, mas Atrix também! Seja lá o que esses dois tenham feito, o espírito de Ionia pareceu não ter deixado que eles partissem tão cedo assim. Eles ainda parecem ter anos e anos pela frente, e isso quer dizer mais e mais missões para realizarem para o Instituto! Mas será que o fato dos dois terem retornado juntos faz com que eles tenham uma espécie de conexão mística?

“Aí espera, eu to sendo entrevistada?!” respondeu Atrix ao ser entrevistada. “Experiência de morrer? Espera, eu morri? Só me lembro de uma raposa me guiando em uma trilha esquisita em um lugar meio esquisito, só voltei pro Instituto porque era onde eu lembrava que estava antes de acordar debaixo de uma árvore com pétalas rosas perto do hospital. Agora deixa eu te perguntar uma coisa, quem é Ekron?”

Esperamos que o destino seja bondoso o suficiente com essas duas pobres almas dessa vez, pois apesar de terem ganhado uma segunda chance para continuarem as suas “vidas”, eu não acredito que ele será bondoso o bastante para que ofereça uma terceira.

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